O DESAFIO DO MINISTÉRIO PASTORAL -
Certo dia perguntaram ao famoso pregador Charles Haddon Spurgeon qual era o maior desafio do ministerio pastoral. Spurgeon fez uma longa pausa e então respondeu:: ‘o maior desafio do pastor é ser pastor.’ Concordo com essa definição. Realmente ser pastor é um desafio e me parece que conforme os anos vão passando se torna um desafio cada vez maior, nos dando a impressão de que as palavras de Charles Swindoll estão corretas: ‘pastor é uma espécie em extinção’ (Coração de pastor in Jornal da Palavra). Em tempos de apóstolos, bispos e Querubins a figura do pastor vai se tornando cada vez mais fragilizada e diante de escândalos e reportagens sensacionalistas alguns chegam a desacreditar no ofício pastoral. Em meio a tudo isso a Palavra de Deus continua firme ao dizer: “E ele mesmo concedeu uns para ... pastores e mestres” (Efésios 4:11). E por mais que a sociedade despreze ou provoque, os verdadeiros pastores continuarão dizendo como o apóstolo Paulo: todavia, não me envergonho, porque sei em quem tenho crido e estou certo de que ele é poderoso para guardar o meu depósito até aquele Dia” (2 Timóteo 1:12).
Enquanto a visão errada sobre o ministério pastoral está fora da Igreja, menos mal. O triste é quando as próprias ovelhas tem uma visão deturpada sobre o pastor. Isso infelizmente acontece, tanto por imaturidade como por um mal entendimento acerca do ministério pastoral. Incompreensões, insultos, afrontas e cobranças vão sendo cultivadas exatamente em função dessa ignorância acerca de quem é o pastor e o resultado disso é sofrimento para o pastor e sua família.
É importante destacar quem é o pastor. O pastor Irland Pereira de Azevedo assim definiu: “o Pastor não é nem um super-homem, nem um sub-homem, mas um homem de verdade e da verdade. Esse é o protótipo do Pastor segundo o coração de Deus.“ Muitas vezes as ovelhas se esquecem da humanidade do pastor e acabam olhando para ele como uma espécie de ‘máquina’ ou uma pessoa que não tem sentimentos, anseios ou tristezas. O falecido pastor Soren em um de seus sermões disse que “o chamado de Deus para o ministério pastoral não anula o principal ingrediente do ministério que é a personalidade do pastor” (Sermão: Lembranças de meu pastorado – STBSB). Aqui se percebe o grande desafio do pastor que é em sua humanidade apresentar-se fiel a Deus e ser seu porta-voz firmando na Bíblia. Por sua humanidade é que o pastor sofre ao perceber suas limitações e ao mesmo tempo as necessidades da Igreja. Sente-se muitas vezes como um guerreiro ferido sozinho no campo de batalha. Ou então como um bombeiro tentando apagar um grande incêndio sozinho.
Mas aprove a Deus escolher homens para servi-lO como ministros do Evangelho. Homens que à semelhança de Jesus Cristo sabem que sua primeira missão é a pregação da Palavra (“Jesus, porém, lhes disse: Vamos a outros lugares, às povoações vizinhas, a fim de que eu pregue também ali, pois para isso é que eu vim” - Marcos 1:38). Homens que tem a grande responsabilidade de prestar contas a Deus por suas ovelhas e que por esse motivo devem ser tratados com respeito e obediência (“Obedecei a vossos pastores {ou condutores, ou superiores} e sujeitai-vos a eles; porque velam por vossa alma, como aqueles que hão de dar conta delas; para que o façam com alegria e não gemendo, porque isso não vos seria útil – Hebreus 13:17). Homens que são dignos de honra não por si mesmos mas pela grande obra que realizam diante de Deus e dos homens (“Os presbíteros que governam bem sejam estimados por dignos de duplicada honra, principalmente os que trabalham na palavra e na doutrina - 1 Timóteo 5:17). Homens que são dignos do seu salário pelo trabalho que exercem (“Digno é o obreiro do seu salário - 1 Timóteo 5:18). Enfim, homens que tementes a Deus exercem seu ministério sabendo tanto da honra como das dificuldades que o mesmo apresenta.
Os desafios do pastor continuarão enquanto a Igreja existir. Feliz, porém, é a Igreja que valorizando seu pastor permite que ele dedique-se totalmente ao ministério, tendo tempo, oportunidade, tranqüilidade e paz para dedicar-se à oração, estudo da Palavra, pregação e aconselhamento de suas ovelhas. Vencer os desafios do ministério em um ambiente de incentivo e amor cristão é bem melhor e mais fácil, por isso, como ovelha, tente compreender seu pastor, amá-lo mesmo conhecendo suas limitações e ajudá-lo. Que juntos, ovelhas e pastor, consigamos simplesmente fazer o que o nosso Mestre, Jesus Cristo, mandar.
Deste que com alegria realiza do ministério que Jesus lhe concedeu.
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